sexta-feira, 22 de março de 2013

No princípio - Parte 4 - Criação e Evolução

Criação ou Evolução?
  


O que fala cada uma delas? Qual delas tem a razão? Se uma tem a razão por que a outra ainda arrebanha seguidores? São pergunta pertinentes em relação a estas teorias e levam nossa mente a "pirar" quando pensamos sobre elas. Mas antes de continuar sua leitura eu te faço duas perguntas: 1) Você é criacionista ou evolucionista? 2) Você tem certeza que vai ler o restante da postagem? Brincadeira!

Eu, particularmente, acredito nas duas teorias. Entendo que elas não são incompatíveis como os seguidores extremistas de ambas dizem. Alguns chegam até a dizer que uma exclui a outra. Acredito que uma explica o que a outra não pode explicar. Exemplo: uma explica as evidências fósseis que mostram a diferenciação nas espécies atuais, já outra explica a 'incrível coincidência' do caminho deste processo.


Antes de começar eu peço que você leia com atenção mais uma vez e se possível continue com a escritura aberta no capítulo 1 do livro de Gênesis. (Recomendo ler na versão NVI)

Ótimo! Agora que você leu quero lhe perguntar se você notou algumas coisas no texto. As perguntas serão apenas pra despertar a sua curiosidade e instigar o seu senso investigativo; depois vamos discutir suas respotas.

1) Percebeu que a palavra 'criou' só é usada em duas situações, na primeira criação (céus e terra) e na última criação (ser humano)?
2) Percebeu que tudo que surgiu depois da primeira criação e antes da última foi "orientado" a existir pela palavra 'haja'?
3) Percebeu que as coisas surgiram de forma crescente em 'grau de complexidade' (luz, água, terra, ervas, árvores, peixes, anfíbios, répteis, aves, animais terrestes, mamíferos e homem)?

Todas são questões que não percebemos quando lemos superficialmente um texto. É como vestibular, se não conseguir extrair todas as ideias que um texto lhe oferece, alguma questão você irá errar. Minha intenção - assim como a de Moisés - não é cientifica. Não pretendo propor um estudo minucioso para fortalecer teoria A ou B; pretendo desmistificar a expressão "se você acredita em Deus não pode acreditar na evolução", vice-versa. 

O próprio texto escrito por Moisés em Gênesis 1, embora não científico, aponta uma questão interessante: Deus só usa a palavra ברא (bará) para o princípio da criação e para a criação do ser humano; e usa a palavra יהי (iêrrí) para as demais coisas. Lembrando que Bará é a palavra usada para definir a criação de algo que não existia antes e que só é usada para criação estritamente divina. Isso nos leva a pensar que as demais coisas criadas com Iêrrí surgiram de algo que Ele já havia criado pelo Bará (confuso?); ou seja, as primeiras coisas foram criadas e as outras foram criadas a partir da matéria das primeiras (abiogênese + biogênese). Quando o universo é criado (Bará) acaba gerando a criação da luz, que gera a criação das trevas (escuridão); e, com a criação primeira, a primeira matéria gera a água, a terra, o sol, a lua e as estrelas. E da matéria que está na terra geram-se as plantas e nas águas geram-se os peixes, que geram os outros animais aquáticos (e anfíbios), que geram os répteis, que geram aves, que geram animais terrestes e os mamiferos, tudo pela ação do 'Iêrrí'. Quando, intrigantemente, Deus usa novamente o bará para criar o ser humano, como se ele fosse criar algo completamente novo, "nós". Não é desmerecendo vocês animaizinhos mas "a gente somos os caras" ( =] ). Somos, na realidade, especialmente diferentes dos outros seres vivos. Não estou mostrando uma prova da evolução, até porque cientificamente não acontece assim; entretanto, mostro que a própria escritura não exclui sua existência, visto que o próprio Deus cria algo a partir do que já havia criado inicialmente, e orienta todo o processo de forma organizada em grau de complexidade, de forma evolutiva.

Por causa da forma de pensar exclusivista, que ambos os lados têm, que surgem os abusos em suas teorias. Vimos na postagem anterior dois exemplos deles com a geração expontânea e com a hipótese do acaso. Por muito tempo uma teoria tentou exterminar a outra desconsiderando tópicos notáveis de ambas. Hoje o criacionismo luta contra o evolucionismo pelo fato dele excluir a personalidade divina como atuante no processo de formação da vida; e na contramão, pelo fato do criacionismo dizer que tudo foi criado do nada. O interessante é que por mais improvável que seja o acaso para a evolução de uma espécie, e por mais fechada e inexplicável que seja a geração a partir do nada de um animal, seus seguidores ainda lutam entre si como se fosse uma luta épica entre o bem e o mal.

Segundo o argumento teleológico para algo ter uma finalidade deve existir uma razão ou lei que reja sua existência. Se algo foi criado existiu algo que o criou, se algo foi evoluído existiu algo que o evoluiu. Henry Quastler calculou a probabilidade de execução do acaso ao criar proteínas organizadas necessárias a vida e chegou a potência aproximada de 10 a -255 publicando no seu livro 'O Surgimento da Organização Biológica'. Mais tarde Michel Denton, em seu livro 'Evolução: uma teoria em crise', fruto da sua pesquisa que o levou ao seu PhD em bioquímica, comenta: "Obter uma célula por acaso necessitaria de pelo menos cem proteínas funcionais que apareceriam simultaneamente num só lugar. Isto equivale a cem acontecimentos simultâneos, cada um com uma probabilidade independente que dificilmente pudesse ser superior a 10 –20 , o que dá uma probabilidade máxima combinada de 10 –2000 ." Denton é evolucionista e foi um dos defensores da hipótese do 'desenhista inteligente'. Ele propos uma teoria evolutiva conhecida como "evolução dirigida" que entende a evolução não como algo ao acaso mas algo planejado. Richard Dawkins, zoólogo, etólogo e evolucionista escreve em seu livro "A necessidade do Darwinismo" o seguinte texto: "Quanto mais estatisticamente improvável é uma coisa, mas nos custa crer que ocorreu por cego acaso. Superficialmente, a alternativa óbvia para o acaso é um Desenhista Inteligente." 

Portanto, esse sentimento que ainda hoje nos rodeia de sutentar nossas ideias custe o que custar, de não entender o que é claro a nós, que nos faz lutar uns contra os outros disputando as migalhas do conhecimento da vida e de seu surgimento. Estes homens pensam a frente do seu tempo quando deixam de lado o que as massas cegas dizem de suas teorias e se colocam como investigadores de seus próprios absurdos.

O extremismo é mortal para o crescimento do conhecimento. Ele nos impede de ouvir o diferente e de aceitar o óbvio. Desejo que Deus abençoe as nossas mentes com a sua sabedoria e discernimento necessário para entender alguns mistérios do universo e da vida.

Nas próximas postagens vamos falar sobre os capítulos 2 e 3 de Gênesis e comentar sobre assuntos polêmicos sobre estes capítulos. Agradeço a atenção e o interesse de vocês, e os espero nas próximas publicações!

Abraço a todos! 

quinta-feira, 14 de março de 2013

No Princípio - Parte 3 - Criação e Evolução

Criação e Evolução


Introduzindo o assunto quero fazer menção a alguns tópicos importantes, além daqueles que já compartilhei na parte 1 desta série:

I) Antes de expor sua opiniao contrária a alguma coisa leia, pesquise, observe ou experimente algo sobre o assunto em questão.
II) Não compartilhe da ignorância do negar algo que não se conhece; muitos já fazem isto. Lembre-se de não extinguir o Espírito e não desprezar as profecias; mas, lembre-se também de examinar tudo e reter o bem.
III) O tema em questão é muito extenso; buscarei ser claro mas não poderei ser tão profundo. Qualquer dúvida que tiver, se puder ser esclarecida, será.


Aparentemente, estas duas teorias se contradizem, mas tenho uma visão diferente sobre este impasse: não são as teorias que se contradizem mas as pessoas. As pessoas quando estão cegas por seus conhecimentos costumam negar 'tudo' que aparentemente não confirma suas ideias. Por essa e outras razões somos levados a pensar, ignorantemente, ou você é criacionista ou evolucionista, e acreditando em uma somos levados a excluir a outra. Acho que por algum propósito Deus me isentou desta escolha podendo hoje estar com meu entendimento iluminado por sua revelação. Agradeço a Deus por enviar seu anjo para me guardar; e em forma de gratidão revelo o que entendi graças a Ele.


Era Sombria das Teorias

Geração Espontânea da Abiogênese

A abiogênese não é uma teoria que vai contra a biogênese apenas porque tem o prefixo 'a' na palavra. Cientificamente a abiogênese começou a 4,4 bilhões de anos, aproximandamente, quando o vapor de água condensou-se pela primeira vez. Abiogênese quer dizer 'origem não biológica' ou o estudo da origem da vida por algo não vivo (matéria). Um dos primeiros a defender esta teoria foi Anaximandro e o mais famoso foi Aristóteles. Entretanto, não vamos nos deter nestes, mas em outros que também formularam suas ideias em uma vertente um tanto estranha da teoria da Abiogênese, a Geração Espontânea.

A teoria da geração espontânea defendia que vida era gerada de matéria inanimada e de corpos em estado de putrefação. Os defensores desta vertente afirmavam que a solução nutritiva continha um 'força vital' que era responsável pelo surgimento de forças vivas. Um cadáver, por exemplo, possuia a força vital necessária para gerar larvas em dois dias para decompor a matéria nutritiva contida neles. O milho e o feno molhados dentro de um celeiro possuiam força vital para gerarem filhotes de camundongos em vinte e um dias, que cresceriam e se alimentariam deles. Isso acontecia porque não existia um método de observação criteriosa para analisar o porquê da aparição destas formas de vida naquelas soluções nutritivas. No século XVII, o Sir Thomas Browne tinha dúvidas se 'camudongos podiam nascer da putrefação', então Alexander Ross o responde:

"Então pode ele duvidar se do queijo ou da madeira se originam vermes; (...). Questionar isso é questionar a razão, senso e experiência. Se ele duvida que vá ao Egito, e lá ele irá encontrar campos cheios de camundongos, prole da lama do Nilo, para a grande calamidade dos habitantes."

Isso se deu pela falta de metodologia apropriada, excluindo etapas importantes para as experiências feitas, como impedir que as moscas pousassem no cadáver, ou, que os ratos já formados tivessem acesso ao milho e o feno. O primeiro passo para a refutação da geração espontânea foi do italiano Francesco Redi, que provou que larvas não nasciam em carne que não permitia o contato das moscas por telas colocadas no recipientes, não permitindo que elas colocassem seus ovos. Depois disto Redi se pronuncia e escreve sobre a geração espontânea:

"Embora me sinta feliz em ser corrigido por alguém mais sábio do que eu caso faça afirmações errôneas, devo expressar minha convicção de que a Terra, depois de ter produzido as primeiras plantas e animais, por ordem do Supremo e Onipotente Criador, nunca mais produziu nenhum tipo de planta ou animal, quer perfeito ou imperfeito (...)"

Desta forma é derrubada a hipótese da geração espontânea. Mas ela volta e com força total com as descoberta dos micro-organismos com a frase "os organismos macroscópicos não são gerados a partir da matéria, mas os microscópicos surgem pela geração espontânea". Por quase 200 anos esta hipótese ainda teve força, mas a figura científica de Louis Pasteur aparece com um experimento refutando definitivamente esta hipótese.

Esta foi a era sombria do criacionismo, e muito do pré-conceito e preconceito sofrido por esta teoria descende desta era. Hoje o criacionismo não é tratado de forma irresponsável como antes, seus representantes são sérios e buscam evidências claras para suas teorias.

A Hipótese do Acaso

Foi pela exigência do método científico de não ter algo externo, ou alguém que influencie na experimentação ou observação de um fato científico que surgiu uma das maiores chagas da teoria evolutiva, o acaso. O interessante é que o próprio acaso contradiz o que entende por método científico, o qual busca explicar algo através de uma série de etapas, pois o seu significado exprime algo sem motivo e sem "explicação" aparente; ou seja, em busca de não atribuir a alguém ou algo os fatos científicos estudados atribuimos ao que não explica e não pode ser estudado.

O grande problema é como explicar as combinações de mutações pelo acaso. Hoje são testadas muitas simulações em super-computadores buscando evidências e combinações que levem ao entendimento da agregação das mutações ao material genético de uma determinada população. A pouco tempo uma destas simulações trouxe dados interessantes porém intrigantes. Cada base do material genético (A, T, C e G para o DNA; e A, U, C e G para RNA) é codificado com um código de oito bytes onde cada byte possui oito bits. A probabilidade calculada para cada bit mutável é de aproximadamente 1%, então, pensemos em um organismo com gene de apenas um códon no seu material genético, então ele possui três bases nitrogenadas, que representam 24 bytes ou 192 bits, corrigindo a probabilidade de mutação de um bit específico para aproximadamente 0.005%, da base para 0,0035% e de todo o gene para 0,0012% (sem levar em consideração os hostpots que são lugares do material genético onde as mutações acontecem a uma taxa de quase cem vezes maior que a normal). Observamos então que uma mutação é algo raro e mais ainda para ser bem-sucedida, gerando uma característica que beneficie o organismo, pois em sua maioria são deletérias. Baseando as afirmações acima apenas no acaso não sabemos como se dá as mutações e nem porque se dá, torna-se apenas um probalidade que 'coincidentemente' fez questão de dar certo a 4 bilhões de anos atrás e faz questão de desandar no último bilhão de anos.

Alguns já consideram a hipótese de um 'designer inteligente' como algo que influenciou esta probabilidade de eventos para que estes se concretizassem. Pensar desta forma começa a ser, provavelmente, uma futura resposta para a pergunta "por que evoluir", porém não é muito aceita pela comunidade científica pelo de fato de não poder ser observado, caso igual ao do aceito 'acaso'.


Por hora é só. Na próxima publicação continuarei falando das duas teorias e faremos conexão das duas. Esta publicação foi importante para notearmos a Parte 4 e esclarecer estas curiosidades. Desejo que tenha entendido tudo acerca do que postei, e se não entendeu algo ou quer acrescentar/questionar fique à vontade para comentar. Convido também a seguir pelo email o blog, o link fica aí do lado. Fazendo isso você receberá um recado quando tiver postagens ou respostas aos seus comentários no seu email. Até a próxima publicação!

Um abraço a todos.

segunda-feira, 11 de março de 2013

No Princípio - Parte 2 - Genesis

 Genesis

  
בראשית ברא אלוהים את השמים ואת הארץ
(Bereshit bará Elohim et hashamaím vêet haárets)
                                             
Olá amigos. Mais uma postagem sobre este tema. Hoje quero divulgar algumas curiosidades da língua hebráica e de sua cultura, e falar um pouco sobre a transliteração e suas dificuldades. Antes de começar quero lhe desejar um bom dia, uma boa leitura, agradecer por estar lendo meus estudos e desejar que a Graça se manisfeste a cada dia em sua vida.

Então, vamos nessa!

Este texto que pus nesta postagem é "No princípio criou Deus os céus e a terra"; sua escrita em hebráico e sua pronúncia abaixo. Lembrando que se lê no sentido contrário do nosso idioma; e, não tenho como colocar o "nekudot" ou sinais massoréticos - pontinhos ao lado, encima e embaixo das consoantes que dão a ideia das 'vogais' no hebráico - porque a formatação da fonte necessária não é aceita pelo blog.

Transliterar é como mapear um sistema idiomático em outro. É identificar os elementos e seus significados em uma língua e relacionar com os de outra. Por exemplo, apple é maçã na língua inglesa. E isso pode ser resolvido de uma forma simples, um ingles pega a fruta e diz: - Apple. Eu olho pra ele com a fruta na mão e retruco: - Maçã. Resolvido. Mas existem palavras em um idioma que não expressam apenas um simples objeto, mas se relacionam com alguma ideia ou expressão. Imagine como traduzir a expressão "vixe" para o inglês, ou a ideia "cabra macho" para o hebraico. Posso até traduzir as palavras individualmente, mas o significado que cabra tem isolada de macho é totaltemente diferente delas juntas. Portanto, a transliteração não é um simples ato de traduzir palavras, mas de buscar significados semelhantes entre os dois idiomas.

A palavra בראשית (bereshit) - que traduzimos como 'no princípio' - é uma destas palavras que expressam uma ideia e não um objeto. Para entender a ideia de bereshit temos que entender o nome usado para Deus logo após, אלוהים (Elohim). Como já havia comentado na postagem anterior este nome é uma espécie de abreviação (substituição) do nome יהוה אלהים (Yahoh Ulhim), que significa "Criador Eterno". A palavra Ulhim é como um título da eternidade - 'aquele que era, que é e que será para todo sempre' - e estabelece uma das mais fortes ideias sobre a pessoa de Deus. Desta forma algo que foi criado primeiro existe por que existia já alguém antes para o criar; sendo essa ideia que a palavra bereshit passa com o seu significado: no momento que se fez para existir as primeiras coisas. Se formos usar na transliteração o significado em vez de uma palavra que se aproxime dele, teríamos uma tradução muito próxima do que seu significado quer dizer, porém, muito extensa e complexa. Por esse motivo substituimos o significado exato de uma ideia por uma palavra de significado semelhante em nosso idioma, no caso, princípio, que quer dizer causa primária, momento, local ou trecho em que algo tem sua origem. Então em vez de 'No momento que se fez para existir as primeiras coisas foi criado pelo Criador Eterno os céus e a terra', temos 'No princípio criou Deus os céus e a terra'.

Outra coisa interessante no idioma hebráico é que a ação de criar primariamente é exclusiva a Deus, ou seja, Ele cria e o humano apenas transforma algo aquilo que foi criado. É uma maneira interessante de se ver porque é uma verdade. Nós não criamos o aço inoxidável, apenas combinamos proporções de ferro, carbono, níquel e cromo em uma liga metálica. Não criamos uma formúla molecular de um remédio, mas tratamos quimicamente compostos que através destas reações unem seus atómos na disposição que queremos. Não criamos novos elementos químicos, mas bombardeamos seus núcleos com partículas menores forçando-os a buscar um equílibrio controlados pelos cálculo feitos previamente; e nem estas partículas. Resumindo, o que criamos, enfim? Realmente nada. Uma forma interessante de ver a dos hebreus. Porém, como reformar o nosso idioma para se adequar a uma ideia destas? Não dá! E também não é errado o fato de considerarmos que criamos algo, são palavras e significados apenas, não muda a essência do universo, a que só transformamos as coisas. A palavra ברא (bará) define uma criação genuína, de algo que nunca existiu e começou a existir, algo único; diferente do verbo ליצור (lits'or/criar) que tem como sinônimo לשנות (leshanoht/transformar). 

Concluindo, os hebreus diferenciavam a criação divina (genuína) da criação natural (transformação da matéria). No próximo post vamos discutir sobre duas teorias, criacionista e evolucionista, e desmitificaremos alguns tabus que separam estas duas teorias.

Muito obrigado pela sua atenção, e até a próxima.

Um grande abraço!

quarta-feira, 6 de março de 2013

No Princípio - Parte 1 - Considerações Iniciais

No princípio criou Deus, os céus e a terra

Nada mais conveniente que o primeiro assunto do blog ser o princípio de tudo. Entretanto, antes de começar a postar sobre este assunto, quero elucidar algumas situações importantes:

I) Nem tudo o que eu escreverei será aceito de imediato, e nem precisa ser, peço apenas que filtre o que você acha importante e tome para si.
II) Talvez algumas palavras que você verá aqui estejam diferentes de sua versão escrita. A explicação é simples, estarei estudando a etimologia da palavra pelo idioma nativo dos escritos, o hebráico/aramáico. Recomendo que estude um pouco também, se faz necessário.
III) Toda análise exegética de um texto deve ser feita baseada na história, contexto e cultura da nação, região ou época. Não faremos diferente.
IV) Por ser um assunto muito extenso e complexo, algumas coisas serão resumidas, quando eu julgar serem de senso comum.
V) A busca pelo conhecimento não precisa anular suas crenças. Não desmereça a Graça usando como base o conhecimento. Os dois podem andar juntos na mente de uma pessoa sábia.
VI) Nunca esqueça que mesmo que você tenha o dom de um profeta, ou o conhecimento dos mistérios e de toda a ciência, ou até mesmo uma fé que lhe conceda poderes de revover montanhas de seus lugares, se você não tiver o amor, não serve para nada. No fim o amor é maior que tudo.

Espero que em toda a série de estudos postada no blog você nunca esqueça destes pontos, principalmente, dos pontos V e VI.

Comecemos então. Primeiramente, quero lhe dizer que o livro de Gênesis (Bereshit/ ראשית) é um livro histórico, porém não se resume apenas em uma narrativa descritiva de fatos, mas é um livro repleto de texto semelhantes aos poemas de hoje. O próprio texto em que eu comecei essa publicação é um verso de um destes poemas. Mas por que Moisés (Mosheh/ משה) escreveria algo tão importante em forma de poema? Antes de discutirmos a resposta para esta questão, responda-me esta outra questão: seria mais fácil para você memorizar uma grande teoria complexa ou um pequeno texto em forma de poema? Claro que um texto simples em versos. Poderia ser feita até uma música com eles.

A intenção de Mosheh ao escrever os textos sobre a criação não era descritiva, ou seja, a de mostrar como aconteceu em seus detalhes, ações e eras. Também não foi científica, apesar de ser conhecedor da ciência egípcia por ter sido educado como príncipe e neto do faraó. Sua intenção era simples, fazer com que o povo entendesse que tudo foi criado pela vontade de Deus (Yahoh/ Yahovah/ יהוה), também chamado por outros nomes quando queriam enaltecer uma de suas características ou devido ao cuidado dos hebreus com o seu nome verdadeiro. Mosheh chama Deus nesse momento de (Elohim/ אלוהים) que é um espécie de abreviação das primeiras citações do nome Yahoh Ulhim (lê-se iárro úlrrim e escreve-se יהוה אלהים), o "Criador Eterno". É óbvio que a preocupação principal desse texto não é esclarecer como foi a criação do universo e tudo que nele existe, mas relacionar este fenômeno com uma personalidade criadora, ou seja, alguém criou. Então se a narrativa da criação não é uma descrição dos fatos, o que é? Uma metáfora? Uma parábola como as que Jesus (Yahoshua/ יהושע) contava? Não. As parábolas propostas por Jesus visavam ensinar seus discípulos através de uma espécie de conto figurativo com personagens que não existiram, necessariamente; porém, Moisés visou ensinar, de forma analógica e figurativa, sobre coisas que existiam e foram criadas por um Deus que existe - o conhecimento científico era limitado até para os grandes mestres das ciências naquela época.



Esta primeira publicação é mais elucidativa que aprofundada. Está aqui para direcionar as próximas e facilitar o entendimento das demais passagens dos escritos que vamos discutir. Quanto aos nomes em hebráico lemos da direita para esquerda (contrário na nossa língua), e sempre colocarei os caracteres e pronuncia no idioma original. Nas próximas publicações veremos a exegese de textos, curiosidades e tópicos importantes sobre este tema.

Se houver alguma dúvida, ou algo a comentar, fique à vontade. Até as próximas publicações.

Um abraço a todos.