Nada mais conveniente que o primeiro assunto do blog ser o princípio de tudo. Entretanto, antes de começar a postar sobre este assunto, quero elucidar algumas situações importantes:
I) Nem tudo o que eu escreverei será aceito de imediato, e nem precisa ser, peço apenas que filtre o que você acha importante e tome para si.
II) Talvez algumas palavras que você verá aqui estejam diferentes de sua versão escrita. A explicação é simples, estarei estudando a etimologia da palavra pelo idioma nativo dos escritos, o hebráico/aramáico. Recomendo que estude um pouco também, se faz necessário.
III) Toda análise exegética de um texto deve ser feita baseada na história, contexto e cultura da nação, região ou época. Não faremos diferente.
IV) Por ser um assunto muito extenso e complexo, algumas coisas serão resumidas, quando eu julgar serem de senso comum.
V) A busca pelo conhecimento não precisa anular suas crenças. Não desmereça a Graça usando como base o conhecimento. Os dois podem andar juntos na mente de uma pessoa sábia.
VI) Nunca esqueça que mesmo que você tenha o dom de um profeta, ou o conhecimento dos mistérios e de toda a ciência, ou até mesmo uma fé que lhe conceda poderes de revover montanhas de seus lugares, se você não tiver o amor, não serve para nada. No fim o amor é maior que tudo.
Espero que em toda a série de estudos postada no blog você nunca esqueça destes pontos, principalmente, dos pontos V e VI.
Comecemos então. Primeiramente, quero lhe dizer que o livro de Gênesis (Bereshit/ ראשית) é um livro histórico, porém não se resume apenas em uma narrativa descritiva de fatos, mas é um livro repleto de texto semelhantes aos poemas de hoje. O próprio texto em que eu comecei essa publicação é um verso de um destes poemas. Mas por que Moisés (Mosheh/ משה) escreveria algo tão importante em forma de poema? Antes de discutirmos a resposta para esta questão, responda-me esta outra questão: seria mais fácil para você memorizar uma grande teoria complexa ou um pequeno texto em forma de poema? Claro que um texto simples em versos. Poderia ser feita até uma música com eles.
A intenção de Mosheh ao escrever os textos sobre a criação não era descritiva, ou seja, a de mostrar como aconteceu em seus detalhes, ações e eras. Também não foi científica, apesar de ser conhecedor da ciência egípcia por ter sido educado como príncipe e neto do faraó. Sua intenção era simples, fazer com que o povo entendesse que tudo foi criado pela vontade de Deus (Yahoh/ Yahovah/ יהוה), também chamado por outros nomes quando queriam enaltecer uma de suas características ou devido ao cuidado dos hebreus com o seu nome verdadeiro. Mosheh chama Deus nesse momento de (Elohim/ אלוהים) que é um espécie de abreviação das primeiras citações do nome Yahoh Ulhim (lê-se iárro úlrrim e escreve-se יהוה אלהים), o "Criador Eterno". É óbvio que a preocupação principal desse texto não é esclarecer como foi a criação do universo e tudo que nele existe, mas relacionar este fenômeno com uma personalidade criadora, ou seja, alguém criou. Então se a narrativa da criação não é uma descrição dos fatos, o que é? Uma metáfora? Uma parábola como as que Jesus (Yahoshua/ יהושע) contava? Não. As parábolas propostas por Jesus visavam ensinar seus discípulos através de uma espécie de conto figurativo com personagens que não existiram, necessariamente; porém, Moisés visou ensinar, de forma analógica e figurativa, sobre coisas que existiam e foram criadas por um Deus que existe - o conhecimento científico era limitado até para os grandes mestres das ciências naquela época.
Esta primeira publicação é mais elucidativa que aprofundada. Está aqui para direcionar as próximas e facilitar o entendimento das demais passagens dos escritos que vamos discutir. Quanto aos nomes em hebráico lemos da direita para esquerda (contrário na nossa língua), e sempre colocarei os caracteres e pronuncia no idioma original. Nas próximas publicações veremos a exegese de textos, curiosidades e tópicos importantes sobre este tema.
Se houver alguma dúvida, ou algo a comentar, fique à vontade. Até as próximas publicações.
Um abraço a todos.
Hum!! Fiquei com água na boca e vontade de quero mais..
ResponderExcluirNunca havia pensado tão profundamente sobre a intenção de Moisés quando escreveu Gênesis: "...a preocupação principal desse texto não é esclarecer como foi a criação do universo e tudo que nele existe, mas relacionar este fenômeno com uma personalidade criadora, ou seja, alguém criou".
Que este maravilhoso criador, que criou também as nossas mentes e nos deu a inteligência e sabedoria, derrame da sua revelação perfeita sobre você e sobre cada um de nós, que sejamos verdadeira e profundamente edificados!
Beijos...